Dentro dessas caixas de sapatos,quartamos nossas fotos,fotos da família,de alguns amigos e da nossa infáncia.Eu cresci,e as fotos se tornaram algo mais sentimental,mais puro e verdadeiro.Vejo meu cabelo curto,meu cabelo longo,mais cacheado,mais liso,com franja,sem franja,de lado,solto,amarrado,bagunçado e despenteado.Aquelas tantas Brendas,te tantas risadas e choros,foi crescendo e crescendo até se torna eu,uma Brenda de cabelo azul ,que não é longo nem curto,mas azul,logo a cor que eu mais odiava,a cor que me lembrava o mar.Águas profundas sempre me deram medo.Não sei nadar.
E nós crescemos,aprendemos,sorrimos,choramos,dançamos e nos divertimos,e no final,acabaremos morrendo como todos,sozinhos.
Eu quero fazer história,não importa pra quantos,nem quando,eu quero ser lembrada.Sempre.Não quero morrer e não deixar nada,não posso ver meu futuro,mas espero que eu consiga ser algo especial na vida das pessoas,algo que alguém irá comentar em algum momento.Talvez pros filhos,netos,amigos,só quero que comentem de mim,e isso pode ser sim egoísmo,porque não quero ser só algum parente que morreu,nem uma amiga falecida.Quero ser alguém,e não importa que tipo de história vão contar sobre mim,mas seria tão gentil se fosse boa,contar sobre minha adolescencia rebelde,sobre minha infáncil inosente,ou sobre qualquer coisa que possa me acontecer daqui a pouco,ou talvez daqui a muito tempo.Não podemos saber.
Porque no final,acho que o objetivo não so meu,mas de muitos,ou talvez até de todos,é que alguém lembre da gente,da nossa vida,e da história,porque uma boa história pode valer muito,valer tanto quanto um objeto que tem alguma história pra um colecionador,pra alguém.
Não quero ser só mais um túmulo no cemitério,mais um corpo se deteriorando,quero que meu nome seja lembrado,e não por coisas ruins,ninguém quer isso,mas por coisas que eu possa chegar á fazer,ou por coisas que eu tenha feito.Ou simplesmente pela família,não é questão de ser famosa,não,é questão de fazer história,só que para as pessoas mais especias.